quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Diário de bordo - 24 de dezembro de 2015

  Hoje fui fazer as últimas compras de natal.
  Havia muito trânsito na estrada. A cada curva que fazia via a oportunidade de um acidente, por pessoas a conduzirem a alta velocidade. E por vezes, davam grandes espetáculos de buzinadelas para quem se metia no seu caminho. Mas é natal, vamos pôr isto de lado. 
  Na rua via adultos a atravessarem a estrada tresloucados por estarem com pressa para entrarem nas lojas, antes que alguém comprasse aquela prenda que queriam mesmo ter debaixo do pinheirinho. Enquanto passavam a estrada havia um condutor que gritava para essa pessoa para sair da frente com algumas indecências pelo meio. Mas é natal, vamos esquecer isso.
  Estacionei o carro e dirigi-me à loja onde ia comprar a ÚLTIMA prenda. À ida, os passeios estavam cheios de gente. Famílias e famílias com prendas, prendas, prendas, prendas e prendas em cada mão e para cada membro da família, inclusive o bebé!
   Entrei finalmente na loja. Haviam outros clientes, não muitos, mas os suficientes para se poder respirar. Escolhi uma coisita p'ra lá. Como quem quer despachar a coisa.
  Saí da loja e voltei a aventurar-me na selva. Cheguei ao carro e dei início ao safari até casa. Eis então, que ao chegar a casa a realidade caiu-me. À noitinha, vou jantar com a minha família e amigos. Vou jantar o mítico bacalhau cozido acompanhado com um bom copo de vinho e para finalizar, as melhores rabanadas para sobremesa. Mas... Como iria ser o natal daquela família que perdeu um ente querido, que sofreu um acidente devido a um carro que vinha a alta velocidade? Como será o natal daquele sem abrigo sozinho que via aquelas famílias com sorrisos na cara? Como será o natal do moedinha que estava na rua a ajudar o trânsito? Será que aquela criança sem possibilidade que via as pessoas a passar na rua cheias de compras, vai ter uma prenda?
  Para qu'é que eu comprei uma prenda, que só demorou 5 minutos a escolher e a pagar, quando não significa nada?

  Neste natal lembre-se das coisas importantes. Lembre-se de que não vale a pena perder tempo no trânsito. Não vale a penas perder a paciência e andar stressado. E não vale a pena comprar prendas. Mas é natal. E o que vale a pena é estar onde se mais é preciso e ajudar quem precisa de ser ajudado.
  Quer dar alguma prenda a alguém? Ofereça a sua presença com boa disposição e afeto.

  Feliz natal e muita alegria!



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